quinta-feira, junho 29, 2006

Pst cala-te!

A calçada portuguesa


Quando vejo o dinheiro dos meus impostos ser usado de forma estúpida fico ligeiramente revoltado.
Quando sai de casa pela fresquinha vejo o passeio da minha rua barrado por obras. O espanto foi gigante quando vi que as obras se resumiam a pesquenas rampas no lancil (palavra bonita!) dos passeios anexos a passadeiras. É de referir que estas rampas têm cerca de 70% de inclinação, o que para os 90 do degrau comum já é uma grande ajuda ao escorreganço e ao bate cú.
Quem é que, com dois dedos de testa consegue encontrar utilidade em tamanha obra? Se Portugal fosse um país de primeiro mundo de certeza que os passeios não estariam ornamentados com a pitoresca-mas-nada-práctica-e-toda-torta calçada portuguesa!
Eu infelizmente o único país, mais civilizado do que este onde vivo, foi a Espanha. De facto, em Barcelona não me parece que tenha visto muitos passeios cheios de paralelipipedos de tamanhos diversos prontos a pregarem com um gajo no chão!
Marrocos, Brasil, México, Cuba e República Dominicana não são exemplo de civilização fora dos resorts.
Por razões que agora não são para aqui chamadas privei de perto com deficientes motores. Que povo é que pode ser civilizado quando obriga pessoas de deficiente mobilidade a terem que se deslocar de cadeira de rodas num percurso de paralelipipedos tortos? Mais ainda, quem é que de cadeira de rodas consegue sozinho subir passeios com inclinações de 70%?
Exprimentem sentar a peida numa cadeira de rodas e andarem por aí. Ou pelo menos a fazerem 100 metros em cima de calçada portuguesa.
Gostava que me tirassem da cabeça que o tremor provocado pela calçada em carros de bebés não está na origem de putos birrentos, pedinchões e caguinchas. Obrigam as mães a levarem-nos ao colo e depois estas ficam todas desgraçadas das cruzes, têm menor produtividade laboral e mais desculpas para menos sexo (hoje não que me espetei na rua, ou, hoje não que torci um pé...)
Não dá para perceber o quão atrasado é um povo que se desloca em cima de calhaus?
O dinheiro deveria ser empregue na restruturação de mentalidades e na abolição da puta da calçada.

domingo, junho 25, 2006

A laranja já está descascada...venham os bifes



Pouco interessa se a moça da foto é holandesa ou não, os que jogaram hoje tiveram pouco de holandeses também.
Entre árbitros com tiques nervosos, jogadores que não sabem que meter mão à bola dá cartão, sarrafeiros de meia-noite, sorte da grande, miúdos birrentos e outros que tais, a nação valente e imortal voltou a esquecer que vive em crise e que amanhã vai ter que abastecer os carros com a gasolina que hoje serviu para fazer a festa.
Sempre é melhor fazer esta festa, porque a próxima ninguém sabe quem é que a faz.
Eu não a faço de certeza, o próximo sábado calha-me a mim, o jogo começa às 16, eu acabo de trabalhar às 18...

sábado, junho 24, 2006

Venham de lá essas laranjas


Depois de ter levado uma cd de kizomba, um tapete e um chapéu de mariachi, Luis Figo espera ansiosamente por um cabaz de laranjas para exprimentar a espremedora nova que comprou na semana passada.

quarta-feira, junho 21, 2006

Deus

Se repararam os últimos 2 posts contêm a palavra senhor! Mas a religião não faz parte da minha vida, embora tenha andado na catequese. Andado não, corrido na catequese. Nós corriamos da catequese literalmente, tanto que uma colega minha não conseguiu parar e foi atropelada na EN10. Felizmente hoje é uma moçoila cheia de saúde, mas na altura serviu para perceber que Deus tem mais coisas que fazer do que olhar pela malta toda.
A última vez que entrei em igrejas foi para casamentos. Já escreci sobre este assunto, mas vem só à baila para dizer que não frequento estes sitios com muita assiduidade.
Não me é fácil perceber a devoção, não me fácil entender os sacrificios, não consigo ver objectividade e principalmente utilidade. Se as pessoas que se dizem crentes em Deus (tenha ele o nome que tiver) se virassem para si e tivessem realmente fé nas suas capacidades e confiança em si próprias, nunca perderiam tempo e dinheiro com rezas e velinhas cuja utilidade é muito duvidosa, para não escrever inútil.
Será que a malta em África que come pó, porque não tem mais nada para comer, merece menos oportunidades do que eu? Será que Deus não viu isto? Será que crianças merecem sofrer com doenças que lhe roubam um dos melhores períodos da vida? Quando a malta reza por estas pessoas se olhasse de facto para elas e fizesse algo em prol das mesmas, não estando à espera que outros fizessem, não traria resultados melhores.
A minha irmã teve doente com uma chamada doença prolongada, será que tenho que agradecer a cura àquelas pessoas que rezavam por ela? Ou será que tenho que ir directamente ao chefe da beatagem e entrar na casa do mesmo para lhe agradecer? Ou será que não lhe posso atirar uma pedra e dizer: "porra, será que não vês que há gente que merece mais do que nós?"
Se as pessoas parassem um pouco para pensar, não perceberiam que a entidade para a qual se voltam um dia pode-lhes tirar o tapete? Dizem então que é uma prova? Mas será que é necessário provar alguma coisa a alguém de quem se é devoto? Será que não têm a consiência tranquila? Se calhar param e pensam:"Durante 20 anos pedi tanta coisa ao senhor que ele fartou-se de mim". E aí começam a penitenciar-se por terem pedido demais...
Isto faz algum sentido?
Já nem me apetece escrever mais!

Outro post sobre futebol

Um dia ainda hei-se conhecer alguma miúda que perceba a sério de futebol.
No primeiro dia em que fui ao novo estádio da Luz, o glorioso ganhou ao Anderlecht por 1-0. Ainda me lembro que ao telefone a minha namorada disse:
"Eu vi, o benfica ganhou! Marcou o Zahovic aos 61 minutos!"
Fiquei parvo. Pensei que iria começar a ter companhia para ir ver jogos ao estádio da Luz, mas foi apenas uma ilusão. Fiquei de facto impressionado, quase tanto como
no passado sábado em que a mesma voz me disse:
"Marcaram o Deco e o Cristiano Ronaldo!"
Ela de facto viu estes jogos e mais alguns quantos mas sei que é um sacrifício.
Para outras é um sacrifício perceber que o mundo não gira à volta do futebol. Pensam que os homens quando se aproxima um jogo de futebol param e o mundo começa a girar lentamente ao contrário. É confortável pensar assim principalmente quando quem o faz é a nossa chefe. Na iminência de um jogo da selecção a meio da semana fui contemplado com a tarde de folga para poder ver o futebol. Ora, se eu só entro às 16 e se o jogo acaba às 17, não era mais lógico eu entrar apenas uma hora mais tarde? Se era para ver o futebol, perdia uma hora de trabalho... Mas não! Fui dispensado de limpar o costume em prol de um jogo que de importante não tinha nada.
Fica aqui o meu agradecimento, com a certeza porém que se fosse ao contrário, eu não dispensaria ninguém do trabalho para ver 22 gajos a correr atrás de uma bola para ver quem é que a mete dentro de um rectângulo.
Portugal ganhou, eu adormeci a meio e alguém esteve a trabalhar por mim!
Obrigado senhor, afinal talvez volte a acreditar que és dos nossos!

domingo, junho 18, 2006

O vómito e a diarreia hemorrágica


Eu sei que a imagem não é das mais bonitas, mas desde quarta-feira que já vou no 5º cão com vómito e diarreia hemorrágica, isto para não falar de um gato...
O vómito surge com inúmeros sinónimos, tais como gómito, grómito, vúmito, gregório, consoante a idade e o estato sócio-cultural dos clientes.
A diarreia apresenta um rol ainda maior de palavras descritivas: esguicho, menos óbvio esguincho, clássica caganeira, o farto cagar, o pouco usual borrar-se todo, o calão esmerdar-se, entre outros.
Em suma são 4 dias de merda ao mais alto nível.
Obrigado senhor por passar por este momento tão digno que é limpar o cu de cães!
O que aconteceria se eu acreditasse em Deus? Será que se vomitavam menos? ou cagavam só fora das jaulas?

sábado, junho 17, 2006

O encavado


Não tendo tempo para escrever prosa, vamos ao que interessa escrever:
- O encavado trabalha aos feriados.
- O encavado trabalha aos domingos.
- O encavado quando tem tempo livre vai ao cinema ver filmes de trampa: depois de prometer muito à classe gay Colin Farrell deixa todo o mundo convencido de que não tem grande jeito para escolher papeis. O filme chama-se "O novo Mundo" e deve ser visto...nunca!
- A patroa do encavado aproveitou estes dias a que se chamam feriados e fim-de-semana e foi até Paris.
- O encavado foi trabalhar hoje e não viu o jogo de Portugal.

segunda-feira, junho 12, 2006

Afinal não foi o último post sobre futebol

Tenho um apreço enorme por quem não tem o futebol como desporto de eleição.
Se o futebol não me tivesse ocupado grande parte do tempo da minha juventude, talvez eu não tivesse entrado para veterinária...(tenho dias em que não sei se isto foi bom ou mau) e nesta altura estaria a ganhar litros de dinheiro a explorar a reforma de alguns velhinhos como médico a trabalhar em regime particular.
Assim, e como o futebol se entranhou, admiro bastante aqueles que não sabem bem quantos jogadores tem uma equipa de futebol, o que significa que tiveram bastante tempo para decidirem o seu futuro na adolescência sendo hoje o que desejavam há 10 anos atrás.
(Recordo os mais desatentos que fui para veterinária porque era chato não preencher as 6 vagas que tinha para escrever os cursos e que por ordem numérica, o quarto espaço ficou destinado à veterinária...fui o último a entrar no meu ano!)
Digo isto tudo para escrever sobre a minha namorada.
Quem é capaz de saber o nome de 4 jogadores da selecção, reparar que ao intervalo mudam de campo e que o Ricardo defendeu e marcou o penalti do jogo com a Inglaterra no Euro 2004 alguns dias depois de tal feito ter acontecido só merece a minha admiração.
Acho sinceramente que o futebol ocupa demasiado espaço dentro da minha memória a médio-longo prazo e que, se tal não fosse, hoje seria uma pessoa bem mais interessante e interessada em outras trivialidades. Mas acho que é impossível formatar-me de novo por isso acho que vou continuar a admirar pessoas como a minha namorada que acordam aos 4 minutos de jogo quando o Pauleta marcou contra Angola.

domingo, junho 11, 2006

Isdo dão está dada fácil.

Pela 438327762926 vez esdou consdipado esde ano. Ao que parece as binhas defesas do aparelho respiradório superior são buido pouco fiáveis. Esde foi o meu fim-de-semana de folga e este cabrão desde virus achou por bem fazer-me em papas. Esdou com febre, endupido em buco até sei lá onde e doi-me o corpo dodo. É para aprender a não gozar com os outros, nunca mais gozo com balta que parte pernas, nem com balta assediada em directo.
Juro!

sábado, junho 10, 2006

Azar - parte 2

Este rapaz tem os ossos muito fraquinhos
Azar - parte 1

Digo eu que tenho dias maus.
PIVOT DA SIC NOTICIAS EM APUROS!

É a vida...

Acontece...

Se há dias de tristeza profissional, hoje foi um desses. Dizem que devemos ser frios, que não nos podemos deixar envolver, que temos que ser racionais, mas por uma, ou outra razão, isso deixa de ter significado em dias como o de hoje.
Quem me conhece como veterinário sabe o quanto prezo os donos que conseguem fazer dos seus animais exemplos de comportamento. Há poucas coisas mais impressionantes do que a ligação que algins donos conseguem ter com os seus bichos. Hoje fui obrigado a separar fisicamente uma dessas ligações.
Há poucos cães como os Labradores, não há muitos como o Boris.
Os donos dizem muitas vezes que só lhes falta falar para serem gente, ao Boris só faltava a fala para ser um amigo...ou se calhar isso nem é precido. Se não tenho muitos amigos de duas patas, os de quatro são alguns e hoje foi um dia em que perdi um deles.
Digo, meio no gozo, meio a sério, que os bichos maus nunca estão doentes e que aos bons acontece tudo. O Boris tinha Leishmaniose e o único sinal clínico que deu foi não ter apetite, o que é um acto estranho para um Labrador. Há cerca de 15 dias as análises confirmaram uma insuficiência renal, desde lá para cá fiz tudo o que estava ao meu alcance, mas não deu mais. Falei com os donos e ninguém queria vê-lo a sofrer. Já vi alguns para saber o desfecho desta combinação de doenças e a este eu não o queria ver como os outros.
Hoje o Boris deixou de abanar a cauda e de se encostar a mim para pedir festas, hoje o Boris deixou de se sentar para comer biscoitos, hoje eu e o Boris despedimo-nos.
Se os cães pudessem chorar, hoje teriamos sido dois a fazê-lo.
Tchau puto!

terça-feira, junho 06, 2006

E então?

Morreu Raul Indipwo! A pergunta que faço é: e então? Todos os dias morrem pessoas desconhecidas e não é por isso que aparecem nos telejornais.
Ainda ontem me morreu um Rottweiller com parvovirose e não vi a notícia a abrir nenhum telejornal...
Um dos meus escassos amigos fez ontem anos. Depois de dizer ao Rottweiller que tinha um amigo que comia capilos como se não houvesse amanhã, com a desculpa de ser um gelado fresquinho, que o sacana do cão resolveu enforcar-se com o sistema de soro.
Não faz mal, porque como os chapéus, os cães também são muitos e onde foram buscar o que morreu, trouxeram de lá outro hoje...Por momentos pensei que o canito afinal tinha ressuscitado, o que não deixava de ser emocionante.
No fundo, espero que o cão que morreu não tenha elegido como banda sonora de vida a música do Duo Ouro Negro: Vou levar-te comigo, e principalmente que não a dedique a este mano. Já foi sorte voltarem à clínica uma segunda vez, o ditado diz que não há duas sem três, mas o ditado que se deixe de merdas.

sábado, junho 03, 2006

Negócio de Verão


Não sei quem anda a colocar estas coisas dentro dos cães, o que é certo é que hoje retirei duas de dentro de ouvidos e uma de dentro de um nariz, durante a semana retirei uma de dentro de uma pata e outra de dentro de uma perna. A todos quanto contribuem para o flagelo das praganas, o meu obrigado!