quarta-feira, junho 21, 2006

Deus

Se repararam os últimos 2 posts contêm a palavra senhor! Mas a religião não faz parte da minha vida, embora tenha andado na catequese. Andado não, corrido na catequese. Nós corriamos da catequese literalmente, tanto que uma colega minha não conseguiu parar e foi atropelada na EN10. Felizmente hoje é uma moçoila cheia de saúde, mas na altura serviu para perceber que Deus tem mais coisas que fazer do que olhar pela malta toda.
A última vez que entrei em igrejas foi para casamentos. Já escreci sobre este assunto, mas vem só à baila para dizer que não frequento estes sitios com muita assiduidade.
Não me é fácil perceber a devoção, não me fácil entender os sacrificios, não consigo ver objectividade e principalmente utilidade. Se as pessoas que se dizem crentes em Deus (tenha ele o nome que tiver) se virassem para si e tivessem realmente fé nas suas capacidades e confiança em si próprias, nunca perderiam tempo e dinheiro com rezas e velinhas cuja utilidade é muito duvidosa, para não escrever inútil.
Será que a malta em África que come pó, porque não tem mais nada para comer, merece menos oportunidades do que eu? Será que Deus não viu isto? Será que crianças merecem sofrer com doenças que lhe roubam um dos melhores períodos da vida? Quando a malta reza por estas pessoas se olhasse de facto para elas e fizesse algo em prol das mesmas, não estando à espera que outros fizessem, não traria resultados melhores.
A minha irmã teve doente com uma chamada doença prolongada, será que tenho que agradecer a cura àquelas pessoas que rezavam por ela? Ou será que tenho que ir directamente ao chefe da beatagem e entrar na casa do mesmo para lhe agradecer? Ou será que não lhe posso atirar uma pedra e dizer: "porra, será que não vês que há gente que merece mais do que nós?"
Se as pessoas parassem um pouco para pensar, não perceberiam que a entidade para a qual se voltam um dia pode-lhes tirar o tapete? Dizem então que é uma prova? Mas será que é necessário provar alguma coisa a alguém de quem se é devoto? Será que não têm a consiência tranquila? Se calhar param e pensam:"Durante 20 anos pedi tanta coisa ao senhor que ele fartou-se de mim". E aí começam a penitenciar-se por terem pedido demais...
Isto faz algum sentido?
Já nem me apetece escrever mais!