sexta-feira, março 28, 2008

E se não houver nada para dizer?

Se não houver nada para dizer é porque ou está tudo dito, ou porque não me apetece dizer nada!
Entre cães que morriam antes de entrarem na clínica, passando por parganas enfiadas no forro, gato sem olho ou patas as tiras, a semana provou que com calma tudo se faz.
Sem stress, sem patroa. As duas coisas estão interligadas, e muito!
Dever cumprido, sem nada a declarar.

domingo, março 23, 2008

Bom filme em má altura, ou um filme não tão grandioso assim?



Não é que o Sr. Day Lewis não vá muito bem, mas houve qualquer coisa de aborrecido neste filme. Não sei se foram os 160 minutos, ou se foram as cadeiras, ou se foi a aparente falta de substrato das personagens, mas que houve qualquer coisa que não me cativou, houve...
O diálogo final é assombroso, mas esperar quase 3 horas para ter 5 ou 6 minutos extraordinários, não me parece lá grande opção.
Também não há tanto sangue assim.
Enfim, se calhar não devia ter ido ao cinema hoje...

sábado, março 22, 2008

Até parece que estive de férias!!!

Da última vez que estive sem a profissão enfiada a martelar as paredes da cabeça, lembro-me vagamente de ter colocado em ordem o atraso cinéfilo que levava.
Hoje tive a mesma sensação e voltei a fazer o mesmo.
Fui de um extremo ao outro e passei do Ratatoui ao Hard Candy. A ver tanto um como o outro, sendo que o último em algumas partes será para ver com um nó bem apertado na garganta... A Ellen Page já é, mas no futuro será ainda mais, uma fantástica actriz.
Só mais duas achegas para dizer que o jardim botânico de lisboa vive dias um pouco tristes, tal é o desencanto que por ali se vive. Passeios pouco cuidados, identificações em mau estado, pouco profissionalismo à entrada, exposições que envergonham qualquer um... Num dia em que eu devia ser dos poucos portugueses naquelas paragens, vi espanhois e alemães francamente mal impressionados e é uma pena.
Felizmente continuei a andar pela rua fora e dei de caras com o miradouro de S. Pedro de Alcântara já aberto ao público.
Com tanto descuido e mal trato aos edifícios e á paisagem cultural, sabe bem olhar para a capital e ver como, mesmo assim, é bela.
Pena é estar em Portugal...

sexta-feira, março 21, 2008

A casa construída pelo telhado

Como em todos os ofícios, o meu tem que se tentar dominar começando pelas bases, pelas fundações/fundamentos. Saber o que é um cão, diferenciá-lo de um gato. Saber que os machos têm um pênis e que as fêmeas não, são bons fundamentos para se começar. Mas de um médico veterinário até se espera algo mais. Talvez em alguns casos não se espere tanto...
Eu já tinha ouvido interjeições giras de técnicos da área. Passei-me quando alguém a ver um cão defecar de esguicho perguntou se ele estava a urinar pelo ânus, mas hoje não houve hipótese para esconder a ironia e o descalabro.
Recebi uma carta de um hospital veterinário a dar-me a conhecer o problema do animal que eu tinha à minha frente, juntamente com o tratamento já efectuado. A história era estranha. Uma gata que não conseguia urinar. Raro, pensei eu. Nada a que não estivesse habituado em Vialonga, mas enfim...
Preparo-me eu para ver a genitália do animal e dou por mim a olhar para um pénis de gato e a um escroto vazio. O gato, adulto, tinha sido encontrado há 3 meses, alguém entendido disse aos novos donos que era uma gata, o animal teve uma obstrução urinária e o veterinário que o consulta faz-lhe tudo sem se questionar acerca do sexo, mesmo estando perante uma gata obstruída?!?! O normal seria tentar observar a dita da bicha, mas para quê se se pode ligar o ecógrafo, rapar a barriga ao animal e espetar-lhe uma agulha para recolher urina?
Com tanta máquina que faz "pin" porquê optar pelo básico? Francamente...
De facto, assim não vamos a lado nenhum. Já não falo em competências técnicas porque isso iria dar muitas linhas de escrita, mas pelo menos saber que animal é que estamos a ver e enquadrar o problema no bicho seria de esperar de quem tem número na (des)ordem dos médicos veterinários. É que por pouco não diagnosticou uma infeção uterina ou um tumor de ovário...
Com tão pouca informação que os bichos nos dão, se calhar era bom pensar e usar os mais básicos dos materiais, aqueles que já vêm connosco: olhos, mãos, ouvidos...
Há tempo para exprimentar agulhas, ecógrafos e coisas afins..

quarta-feira, março 19, 2008

Eu também!



Porra que o tempo deve ter teletransporte! Não se dá pelo o sacana passar e no entanto já lá mora uma década desde que vi este moço no fecho da mítica Expo98. Dia feliz esse em que os telemóveis não funcionavam e onde respirávamos o ar que era da pessoa ao lado, em que sentíamos outros corpos que não o nosso só pelo facto de estarmos a piscar os olhos. Dia em que vi gente a entrar para os míticos comboios da CP pelas janelas e em que eu e a moça da farmácia nos perdemos sozinhos de uma dezena de amigos e só os encontrámos no dia seguinte no café.
Perdemo-nos deles, mas não de nós. Vimos o concerto dos Silence4 no fecho da festa e agora dez anos depois volto a ver David Fonseca ao vivo com a mesma companhia. Embora, entretanto tenha visto um concerto do moço numa festa de Verão há uns 6 anos na Fatacil, mas foi sozinho. O que fazia eu na Fatacil e o que vem a ser a Fatacil não são perguntas para agora!
Não foi a mesma coisa, agora é a sério! Coliseu pela primeira vez. Ah, já me esquecia, tenho dois bilhetes a mais que estão à venda!

terça-feira, março 18, 2008

A voz que aquece a noite

O meu mundo nestes dias divide-se entre o que está a mais e o que está a menos.
Do lado do mais está o frio, o trabalho, o cansaço acumulado, as obras aqui em casa.
Do lado do menos está o meu quarto, a minha vida social e principalmente a muida que me vende champos para a caspa.
Assim nesta bipolarização entre o mau e o pior, escolho o refúgio do costume e encontro uma voz fabulosa que queria ter encontrado melhor antes. Nina Simone. A moça deverá ter o melhor aparatus vocalis que passou no meu stereo nos últimos tempos.
Numa altura em que tanto se fala da junkie Amy Casa-da-vinhaça, esta voz do tempo do preto e branco é tudo o que a outra não é. A Amy é crua e fria e é daquelas estranha-entranhada, esta é doce, quente e faz pensar que a vida tem sentido, mesmo que me sinta numa fase trabalho-almoço-trabalho-jantar-cama, o que convenhamos não faz lá grande sentido aos 29 anos...

terça-feira, março 11, 2008

O amor é...

Passados oito anos e sem se prever, o presente que sai da minha mão é igual ao presente que chega à minha mão.

Tiros ao lado do porta-aviões

Não tenho muito tempo para andar aqui a despachar a minha vidita, o trabalho e outros afins não deixam muito tempo para a escrita, contudo quero aqui deixar aos mais incáutos algumas sugestões.
Por estes dias fui ver Juno. O filme andava por aí rotulado de muito bom, fenomenal, a melhor argumentista dos últimos anos, etc. Cá para mim fica-se por uma muito boa interpretação da menina Page e por bons diálogos em algumas partes, mas não dá para endeusar, ou sequer para ser tocante, ou marcante.
Parece que anda aí em curso uma grande revolução cultural. Na fábrica de braço de prata reunem-se de quarta a sexta algumas coisas interessantes com outras nem tanto. A carolice e o amadorismo tendem a acabar neste mundo de consumos rápidos e isto é o que se pode dizer à malta que quer ter no mesmo espaço concertos de jazz, fado, misturados com livros, cervejas, chás e refeições. O resultado é uma ideia feliz e mal conseguida. O espaço tem potencial para tudo isto e muito mais enquanto não vem a baixo, mas o serviço de bar num sítio destes não pode estar à espera que a malta numa de revolução cultural ande a levantar as coisas da mesa só porque somos todos da mesma onda. Se querem servir num bar, há que dar alguma qualidade ao serviço e não deixar as mesas atafulhar de panfletos e bules e copos e chávenas e...
Os concertos são boa ideia, mas se calhar era melhor arranjar outra forma de dispor as pessoas. Os livros seriam mais interessantes se não tivessem ligeiramente desactualizados e virados para um público filosófico-anárquico. Se calhar o público do conceito não é malta como eu. Se for assim, não volto lá tão cedo.

sexta-feira, março 07, 2008