terça-feira, março 11, 2008

Tiros ao lado do porta-aviões

Não tenho muito tempo para andar aqui a despachar a minha vidita, o trabalho e outros afins não deixam muito tempo para a escrita, contudo quero aqui deixar aos mais incáutos algumas sugestões.
Por estes dias fui ver Juno. O filme andava por aí rotulado de muito bom, fenomenal, a melhor argumentista dos últimos anos, etc. Cá para mim fica-se por uma muito boa interpretação da menina Page e por bons diálogos em algumas partes, mas não dá para endeusar, ou sequer para ser tocante, ou marcante.
Parece que anda aí em curso uma grande revolução cultural. Na fábrica de braço de prata reunem-se de quarta a sexta algumas coisas interessantes com outras nem tanto. A carolice e o amadorismo tendem a acabar neste mundo de consumos rápidos e isto é o que se pode dizer à malta que quer ter no mesmo espaço concertos de jazz, fado, misturados com livros, cervejas, chás e refeições. O resultado é uma ideia feliz e mal conseguida. O espaço tem potencial para tudo isto e muito mais enquanto não vem a baixo, mas o serviço de bar num sítio destes não pode estar à espera que a malta numa de revolução cultural ande a levantar as coisas da mesa só porque somos todos da mesma onda. Se querem servir num bar, há que dar alguma qualidade ao serviço e não deixar as mesas atafulhar de panfletos e bules e copos e chávenas e...
Os concertos são boa ideia, mas se calhar era melhor arranjar outra forma de dispor as pessoas. Os livros seriam mais interessantes se não tivessem ligeiramente desactualizados e virados para um público filosófico-anárquico. Se calhar o público do conceito não é malta como eu. Se for assim, não volto lá tão cedo.