domingo, março 27, 2016

Não está fácil

Se dissessem que ia ser fácil, eu até ficava admirado. Habituado que estou a não ter nada a cair do colo, vejo-me em mais uma situação absurda. Por uma estupidez estou à dois meses confinado à minha casa. Não é que a casa seja feia, ou desagradável, mas isto de ter a vida em stand by já acabava... Não posso fazer grande parte da actividade diária, mas sinto-me capaz e mais do que com vontade de a fazer. Não posso e ponto final. Estou em pausa. Em tudo. Em planos, em vontades, em trabalho, em família. E vejo isto tão longe de acabar. Que estupidez penso eu hoje em relação ao que fiz, mas mais uma vez se aprende que quem semeia ventos colhe tempestades e infelizmente esta nunca mais acaba...

quarta-feira, novembro 04, 2015

Estou cada vez mais


domingo, dezembro 28, 2014

Mais perto do futuro

Dia 12 de Dezembro de 2014. A data vai ser recordada para sempre. Neste dia, foi dia de transplante. O fígado das chatices deu lugar ao da esperança. Esperança na paragem do tropeção, esperança que dure o tempo que eu durar, esperança em conseguir ver o futuro como eu queria ver antes de tudo se ter precipitado. Finalmente posso olhar para o futuro e não pensar muito na nuvem tenebrosa que se aproximava lentamente. A nuvem que iria levar-me para longe dos meus foi fintada. Fizeram por mim o que eu queria que fizessem. Mudaram o jogo, alteraram os peões e agora volto a comandar o rumo do meu caminho. Este ano que agora se aproxima entra para o meu top 3. Um filho, um fígado, 2 futuros palpáveis. No final de contas e depois de horas intermináveis em Hospitais e afins, vejo-me a fazer um óptimo balanço. A nível familiar com a chegada de mais uma cria, a nível profissional com a expansão da minha ideia e com o conseguir criar um ambiente de trabalho do qual me orgulho imenso, a nível pessoal com o ultrapassar de todas as barreiras que me foram colocadas. Com isto tudo só posso esperar que 2015 seja um bocadinho mais calmo e que se consiga desfrutar um pouco mais do que a vida tem para dar. Esperemos.

domingo, setembro 14, 2014

Amigos

Que bom é estar com amigos a festejar a felicidade de outro amigo. Parabéns pelo dia de ontem. Foi grande. És grande. AMIGO.

sexta-feira, agosto 29, 2014

O tempo parou

Era tão bom que o tempo parasse já! Agora também era uma boa altura. De qualquer forma os ponteiros rodam sempre para o bem e para o mal. Se por um lado era bom que ficassemos todos como estamos, era muito angustiante não ver no que vão dar as minhas crias. Como serão, o que serão e o que farão... Para isso era bom que o tempo parasse andando, Gostava que só parasse um bocado de mim. Gostava mesmo era que desaparecesse e desse lugar a outro. De forma a poder continuar a ouvir o tempo a passar por eles e para eu poder estar lá com a mãe deles. O tropeção da minha vida todos os dias me inquieta. Vai me inquietar para sempre, desafiar todos os dias, mas estou cheio de força para conseguir ver-me o mais longe possivel dele e aproximar-me do que eu queria que acontecesse.

sábado, maio 03, 2014

A vida não é lá muito justa...

Tanta coisa para escrever e muita coisa sem conseguir sair pelos dedos para o teclado... Desde a última vez que aqui estive tanta coisa se passou que acho que vou fazer reset e debruçar-me sobre a vida e as suas cambiantes. Qual é a lógica de ter que partilhar a felicidade de ter mais um filho com a certeza de que vou passar por um processo que pode, em última análise, acabar comigo a não ver nunca mais ninguém. A alternativa não é muita, de facto. A hipótese de definhar à frente dos que mais gosto não me passa pela ideia. Estou ansioso à espera que tudo isto comece para acabar também. Preciso tanto de tempo com os que mais quero que não penso que isto possa correr mal. É mais uma prova como tantas que a vida guarda. Mas numa fase em que estou como nunca estive e que tenho tudo para ser feliz, não consigo para de pensar que amanhã estarei pior do que ontem até que encontrem um fígado diferente para por a funcionar dentro de mim. Este não me serve para a vida que eu quero e para a vida que os meus filhos e mulher querem de mim. Nunca quis pensar que a mais duradoura herança que me podiam transmitir fosse tão dolorosa. O meu pai não viu os seus netos, mas eu quero que ele onde esteja se possa orgulhar do que eu possa ter feito por eles. Não quero abdicar do que queria para mim, mas tenho que lutar contra o tempo. A vida é tão injusta quanto o que eu acho que mereço, mas acho que mereço mais do que ela teria reservado para mim a partir desta altura. Muitas vezes na minha profissão sinto que faço um papel que não é meu, mas a medicina neste momento dá a possibilidade a alguém de virar uma página e não acabar um capítulo que diga FIM.

sábado, junho 29, 2013

O meu puto

O meu puto é como todos os putos de todos os pais que destilam um orgulho do tamanho do Mundo. O meu é enorme. Ainda não tem três anos, mas sabe o que quer e o que não quer. Não gosta de cães ao pé, gosta do gato do tio, não gosta de mais nenhum. Não gosta de carroseis, nem de música de festas populares. Não gostava de tomar banho no mar, até perceber que aquilo afinal é giuo (giro, para que se perceba melhor). Adora a piscina, mas os crocs já nem tanto. Já consegue dizer água e não báia (sabe-se lá porquê). Com vergonha fala baixinho. É dificil de lhe sacar beijos, mas abraços são os que se quiser. Gosta de ouvir a música alta, mas só se for a dos Caícas (ou dos caricas, para quem consegue articular a letra R). Gosta do papá Nuno e da mamã Cátia - sempre assim ditos, como se tivesse outro pai ou outra mãe - e se lhe perguntam se quer um mano, diz que quer uma mana. Gosta de batata e peixinho e de dar comida ao peixinho. Ama o cuntador pequenino - aquilo a que se chama de tablet. Já está a dormir sem fralda. Bendito resguardo. Gosta da Mariana e faz como ela quando se põe a limpar a casa. O brinquedo favorito é sempre um qualquer do primo, sendo que o primo não pode tocar nos dele. E podia continuar até mais não, mas vou voltando porque tudo muda e amanhã, felizmente é mais um dia com ele. Como a vida faz sentido? Parece-me que com o meu puto faz todo.