terça-feira, janeiro 23, 2007

Entrevista de vida

Tenho algum apreço por entrevistas de vida, se calhar porque ainda não tenho paciência para ler autobiografias.
O José Cid deu uma entrevista de vida ao Correio da Manhã. A conjugação destes dois nomes na mesma frase já inspira alguma prudência, mas ler a entrevista deve ter sido das maiores experiências de non-sense dos últimos tempos.
Confesso que não compreendo como é que se conseguem vender músicas em que se consegue colocar Macacos, bananas, favas, chouriços entre outros, e andar aqui como se fosse o maior ídolo de todo o sempre. Só faltava a candidatura ao concurso da Maria Elisa.
Uma entrevista bestial em que é referido como menino prodígio na infância, em que aos 4 anos já tocava piano sem nunca ter aprendido e que quem o ensinou a tocar com a mão direita foi o avô (com a mão o quê?)
Diz o senhor que a única coisa que não consegue cantar é fado de Coimbra (já agora, e o resto?), que abre as portas da piscina da sua casa no Verão das 15 às 17 (não vá a malta abusar e ficar até às 17:15...Mas quem é que quer ir para a piscina do José Cid?)
São perguntas do melhor e respostas ainda melhores. Assume que fuma um charro por ano (que deve bater o ano inteiro), que compôs uma letra sobre António de Oliveira Salazar chamada "O tempo em que o Toninho lanchava com os amigos na pastelaria de S. Bento" (o charro já batia na altura...).
Fala ainda de desgraças que lhe afectaram a vida, como o ter ficado "com o olho esquerdo pendurado ao lado da boca", mas não esclarece onde compra o capachinho.
Por fim refere que fez 500 canções e as "10 canções de merda" que compôs são as que as pessoas cantam, porque fez 100 que são do melhor alguma vez feito em português e outras 390 que são muito boas...
O resto só visto e está aqui. Talvez a melhor entrevista de vida de sempre, ou nem por isso...