O dia em que ordinarei na consulta

A história é simples e rápida de se contar.
Tive uma gata hoje na consulta. Até aqui a novidade é nenhuma. Eram os 2,100Kg mais doentes e possuídos pelo demónio que já conheci. A gata de normal nada tinha, estava prestes a morrer, mas todas as suas energias estavam centradas no pequeno espaço cerebral que comanda as dentadas e as arranhadelas. Quando se tentou colocar um colar isabelino (para quem não sabe, são aqueles capacetes com que os cães andam na rua) depois de ter mordido o sistema de soro, onde dificilmente a conseguimos ligar, a gata revelou-se o animal de estimação de Lúcifer. Não, não era o do Duarte e companhia...
O demónio tinha uma gata e ela hoje estava em Vialonga. Agarrou-se ao colar como se o Mundo dependesse daquele gesto e, o estúpido do veterinário, tentou desencrustá-lo da boca da gata. Foi nessa altura em que da minha boca saiu a palavra PUTA. Os donos, que não eram bem donos, eram antes pessoas-com-pena-do-animal-que-está-tão-mal-que-nem-se-levanta eram já conhecidos, não era a primeira vez que estavam na clínica, mas naquela altura não deu bem para pensar em quem estava à frente.
Resultado:
Veterinário - 0
Gata do inferno - 1
Fiquei com metade de uma unha a querer sair do dedo.
Dói, muito!
Estou a antibiótico e a gata já não está! Não foi vingança, juro! Foi ter com o dono dela...