segunda-feira, julho 31, 2006

To not be

O amadorismo é engraçado no geral, mas perde graça quando em causa estão 15 euros. Passo a explicar: decorre até Setembro na quinta da regaleira em Sintra uma representação de Hamlet. O grupo de teatro responsável chama-se Tapafuros e o cenário seria perfeito e tudo estaria enquadrado se não fosse um pequeno pormenor - o amadorismo. Em certa parte da peça entra um rei, de nome Claúdio, que até tem algum peso na trama e que deveria ser representado por alguém capaz de falar fluentemente, já não exijo o declamar ou o quanto muito representar. O senhor em questão aparentava ter vários problemas: não dizia convenientemente Gertrudes (o que se complica quando tem que dizer o nome em questão no meio da peça), aparentemente tinha um problema de equilíbrio (a ideia de colocar cubos de madeira onde se moviam a dada altura os actores podia ter dado para o torto), mas fundamentalmente apresentava graves dificuldades no que diz respeito à memorização de um texto de teatro.
Eu sei que era teatro amador, mas o bilhete não foi de borla. Quanto ao actor em questão, nele deve residir o nome do grupo de teatro - Tapafuros. Deve de certeza ser o suplente, o tapa buracos. Podiam era ter arranjado alguém que dominasse a articulação frásica com a memorização de texto.
Dizem que Hamlet é uma tragicomédia. É trágico perder quinze euros, mas até deu para rir à custa do Tapafuro!