Roubo
Eu sei que deve ser difícil arranjar cadaveres. A malta mal dá sangue quanto mais dar o corpo todo...
Mais difícil deve ser polimerizar um corpo, principalmente em níveis tão infímos como as arteríolas e afins.
Mas mesmo, mesmo difícil é engolir a exposição - o corpo humano como nunca o viu - a 21 euros por cabeça. A este preço vai haver muita gente que não o vai ver jamais. Eu também não iria se soubesse do preço previamente, mas assim como assim já estava à porta da morgue de plástico e entrei. O calor apertava, a fila estendia-se para lá das bilheteiras até onde o sol queimava e desidratava, mas pelo preço estúpido tivemos direito a garrafinhas de água do Luso frescas. Deixo aqui o apelo a quem quiser Luso fresca que se pode colocar numa fila que cobre um passeio da rua da escola politécnica que ninguém pergunta se vão ou não à exposição enquanto distribuem o mata sede. Para além disso e devido ao sol de chapa, ainda somos presenteados com um guarda-chuva (?) tipo XL para não haver lugar à insolação.
Já sabem quem quiser os ditos chapéus basta recolher um e depois sair de fininho com um na mão que ninguém dá por isso, sem o devolver à entrada do edifício.
Lá dentro e depois do assalto à entrada percebe-se o porquê do patrocínio das águas Luso. Num cafofo sem arejamento e com dezenas de projectores consegue-se atingir temperaturas dignas do poleponeso por esta altura e a malta quase que desiste de ver metade da bonecada, perdão cadaveres. Depois de 11 salas de calor abrasador, um frigorífico cheio de garrafas de água foi para mim o melhor de toda a chulice.
Se calhar sou eu que sou pobre, ou se calhar sou eu que como vejo corpos por dentro e por fora o dia todo não dou muito valor à coisa.
Talvez se fosse escriturário, ou empregado das finanças desse mais valor, mas para isso era indispensável dar mais 4 euros pela visita com explicação audio.
Chulos!
1 Comments:
Told you so!
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